Honda Nx4 Falcon Manual de Treinamento CILINDRO [pt]

10. CILINDRO/PISTÃO

INFORMAÇÕES DE SERVIÇO 10-1 DIAGNÓSTICO DE DEFEITOS 10-1 DESCRIÇÃO DO SISTEMA 10-2
CILINDRO 10-5 PISTÃO/ANÉIS DO PISTÃO 10-6 INSTALAÇÃO DO CILINDRO 10-10

INFORMAÇÕES DE SERVIÇO

• Tenha cuidado para não danificar a parede do cilindro e o pistão.
• Ao desmontar os motores com mais de um cilindro, guarde os pistões, os anéis e os pinos do pistão na mesma ordem em que estavam instalados para assegurar a montagem na posição original.

DIAGNÓSTICO DE DEFEITOS

Motores de 4 tempos: Se o rendimento do motor estiver fraco em baixa rotação, verifique se está saindo fumaça branca pelo tubo de respiro do motor. Se o tubo de respiro estiver soltando fumaça, verifique se o anel do pistão está preso ou quebrado.
NOTA

Compressão muito baixa, dificuldade na partida ou queda de rendimento em baixa rotação

• Vazamento pela junta do cabeçote
• Vela de ignição solta
• Anéis do pistão gastos, presos ou quebrados
• Anéis do pistão gastos ou danificados

Compressão muito alta, superaquecimento ou batidas

• Acúmulo excessivo de depósitos de carvão no cabeçote ou na cabeça do pistão

Fumaça excessiva

• Cilindro, pistão ou anéis do pistão gastos
• Posicionamento incorreto de anéis do pistão
• Pistão ou a camisa do cilindro riscado

Ruído anormal (pistão)

• Cilindro e pistão gastos
• Pino do pistão ou orifício do pino do pistão gasto
• Rolamento do pé da biela gasto
Consulte o capítulo 3 sobre compressão do cilindro e procedimentos para o teste de compressão.
10-1
10
10-2

DESCRIÇÃO DO SISTEMA

CILINDRO

Os cilindros são submetidos ao calor e pressão de combustão, e portanto, são feitos em uma só peça de alumínio ou aço fundido com grande resistência e capacidade de arrefecimento. Os motores arrefecidos a ar são equipados com aletas de arrefecimento e os motores arrefecidos a água dispõem de camisa de água para refrigerar o motor. Nos motores de 4 tempos, as paredes dos cilindros têm uma configuração cilíndrica, enquanto que nos motores de 2 tempos, as janelas de escape e de transferência de gases são abertas, e as características dos cilindros dependem da configuração, localização e tamanho das janelas. Essas janelas são fundamentais nos motores de 2 tempos. Os cilindros devem ser fabricados com materiais de elevada resistência ao desgaste, pelo fato de os anéis e as saias do pistão moverem-se contra as paredes do cilindro. Nos cilindros de alumínio fundido, uma camisa de aço é colocada na região que tem contato direto com o pistão e os anéis. Em alguns motores de 2 tempos, as paredes do cilindro são revestidas de metal especial mais resistente (revestimento de carbureto de niquel-silício) com grande capacidade de dissipação de calor, resistência a desgaste e distorções; e com peso bem menor do que a camisa de aço. Nos cilindros com camisas de aço, estas são brunidas para obter-se um acabamento superficial. As camisas dos cilindros têm ranhuras bem finas para reter e distribuir o óleo nas paredes dos cilindros e lubrificar os pistões. No cilindro com revestimento de metal especial, não é possível modificar ou retificar a parede do cilindro. Se a parede do cilindro apresentar defeitos, o cilindro deve ser substituído.
CILINDRO/PISTÃO
EXEMPLO DE UM MOTOR DE 2 TEMPOS COM CAMISA NO CILINDRO
EXEMPLO DE UM MOTOR DE 2 TEMPOS COM CILINDRO REVESTIDO DE CARBURETO DE NÍQUEL-SILÍCIO (Nikasil
®
)
JANELAS DE TRANSFERÊNCIA DE GASES
JANELAS DE TRANSFERÊNCIA DE GASES
CAMADA ESPECIAL DE REVESTIMENTO
ALETAS DE REFRIGERAÇÃO
CAMISA DO CILINDRO
JANELA DE ESCAPE
MATERIAL BASE DE ALUMÍNIO
PARTÍCULA DE CARBURETO DE SILÍCIO
CILINDRO
NÍQUEL
CILINDRO/PISTÃO
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PISTÃO

O pistão se move em alta velocidade dentro do cilindro e fica exposto a uma temperatura elevadíssima de combustão. Os pis­tões, portanto, são feitos especialmente de liga leve de alumínio forjado que não só é leve, mas também menos sensível à dilata­ção térmica. O próprio pistão é uma peça de alta temperatura, que é arrefeci­da somente pela dissipação de calor para o cilindro pela mistura de ar/combustível aspirada e pelos anéis do pistão, A cabeça do pistão é, portanto, fabricada de tal maneira que possa ter um diâmetro externo um pouco menor do que a saia do pistão, devi­do à elevada temperatura a que esta parte é exposta e devido à grande dilatação térmica. Nos motores de 2 tempos, o cilindro sofre deformações e a folga entre o cilindro e o pistão tende a diminuir parcialmente porque há duas regiões diferentes com di­latação térmica diferente no cilindro: a região arrefecida pela mistura de ar/combustível em redor do pistão, como a janela de transferência de gases, e a região exposta a um grande calor próximo da janela de escape. Para resolver este problema, a ca­beça do pistão do motor de 2 tempos é feita com uma configu­ração oval e própria para manter a folga adequada durante o funcionamento do motor. No pé da biela de motores de 2 tempos é utilizado um rolamento de agulhas. Nos motores de 4 tempos, porém, não são usados rolamentos nesse ponto.
O movimento recíproco do pistão é transformado em movimento de rotação da árvore de manivelas através da biela. Para ate­nuar a conversão do movimento, o orifício do pino do pistão é li­geiramente deslocado em relação ao centro do eixo da árvore de manivelas. Se o pistão for montado em sentido incorreto, baterá na parede do cilindro por causa do deslocamento inverso, causando um rápido desgaste ou engripamento. Para montar o pistão corretamente, siga as marcas de referência gravadas na cabeça do pistão.

ANÉIS DO PISTÃO

MOTOR DE 4 TEMPOS
Os anéis são encaixados nas canaletas do pistão. Os anéis são feitos com material de grande resistência ao desgaste pois mo­vem-se em alta velocidade juntamente com o pistão enquanto são pressionados contra a parede do cilindro por sua própria tensão. A disposição dos anéis nos motores de 4 tempos é feita com 2 anéis de compressão selando o gás de combustão e um par de anéis de óleo removendo o óleo da parede do cilindro. Embora os dois anéis de compressão aparentemente sejam se­melhantes, são diferentes nos detalhes. Portanto, ao remover os anéis, a posição de instalação deve ser anotada e marcada an­tes de serem guardados, para evitar que sejam remontados in­corretamente. Se sua identificação for difícil, lembre-se das for­mas de cada anel; o anel de cima ou 1º anel normalmente é pla­no e o segundo anel tem a borda chanfrada. A maioria dos anéis superiores tem superfície de atrito cromada para aumentar a re­sistência contra o desgaste. Em alguns motores, porém, o 2º anel também é cromado.
Os anéis de pistão para motores de 4 tempos e também para motores de 2 tempos têm marcas de identificação perto da abertura dos anéis. Essas marcas de identificação devem estar voltadas para cima ao montar os anéis.
PISTÃO
BIELA
MARCA DO PISTÃO
ANÉIS DO PISTÃO
ÁRVORE DE MANIVELAS
DESLOCAMENTO
ANÉIS DE COMPRESSÃO
Plano ANEL
SUPERIOR SEGUNDO
ANEL
MARCA DO ANEL
FOLGA ENTRE AS EXTREMIDADES
Borda Chanfrada
ROLAMENTO DE AGULHA (Somente para motores de 2 tempos)
PINO DO PISTÃO
10-4
O anel de controle de óleo é necessário para remover o exces­so de óleo da parede do cilindro e para fazer os resíduos de óleo retornarem para o cárter através das ranhuras do anel e do pistão. Se o anel de controle de óleo falhar, o óleo passará para a câ­mara de combustão e será queimado, provocando fumaça ex­cessiva e carbonização. O anel de controle de óleo pode ser di­vidido em dois anéis laterais e um dilatador ranhurado ou do tipo integral com uma borda quadrada ranhurada.
MOTOR DE 2 TEMPOS
O motor de 2 tempos dispõe de um sistema de lubrificação dife­rente e, por isso, tem somente o anel superior e o segundo anel sem o anel de controle de óleo. Como o motor de 2 tempos tem uma série de janelas no cilindro, um pino é acrescentado à ca­naleta dos anéis do pistão para evitar que os anéis se movam e se prendam na extremidade das janelas, causando quebras. Os anéis de pistão dos motores de 2 tempos devem, portanto, ser montados alinhando-se a abertura das extremidades dos anéis com os pinos.
O desenho e a configuração dos anéis de pistão dos motores de 2 tempos são diferentes dos anéis dos motores de 4 tempos. To­das as seções transversais dos anéis dos motores de 2 tempos são cônicas. A razão para essa configuração é que o motor de 2 tempos queima o óleo do motor, o carvão tende a aderir às ca­naletas dos anéis. Se não for corrigido esse defeito, o anel vai se prender na canaleta, diminuindo a tensão e resultando em que­da de compressão. O anel e a canaleta, portanto, têm uma for­ma cônica para retirar o carvão da canaleta quando o anel for comprimido durante o movimento do motor. Os anéis desse tipo são chamados de anéis “keystone”.
Alguns anéis de pistão dos motores de 2 tempos são dotados de um anel de expansão instalado entre a parte interna do se­gundo anel e o pistão. A tensão do anel de expansão absorve o impacto gerado quando o pistão toca a parede do cilindro e com isso diminui o ruído do motor.
CILINDRO/PISTÃO
ANEL DE CONTROLE DE ÓLEO
SALIÊNCIA DO PINO DO PISTÃO
ANEL SUPERIOR PISTÃO
ANEL DE EXPANSÃO
SEGUNDO ANEL
PINO DE POSICIONAMENTO DO ANEL DO PISTÃO
Um pino de localização do anel do pistão é colocado sob pressão em cada canaleta, para impedir que o anel gire na canaleta. Após a instalação do anel, verifique se o pino está encaixado corretamente entre as aberturas do anel
FRISO DE AÇO COM ANEL DE EXPANSÃO RANHURADO
ANEL DE EXPANSÃO RANHURADO
CANALETA DOS ANÉIS DE COMPRESSÃO
REBAIXO
ORIFÍCIO DE DRENO
CANALETA DO ANEL DE CONTROLE DE ÓLEO
BORDA QUADRADA RANHURADA
FURO DO PINO DO PISTÃO
CANALETA DA PRESILHA DO PINO DO PISTÃO
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