Honda Nx4 Falcon Manual de Serviços SUSPDIANT [pt]

18.

SUSPENSÃO DIANTEIRA/ SISTEMA DE DIREÇÃO

INFORMAÇÕES DE SERVIÇO 18-1 DIAGNÓSTICO DE DEFEITOS 18-1 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS 18-2
GARFO DIANTEIRO 18-5 GUIDÃO 18-11 COLUNA DE DIREÇÃO 18-15

INFORMAÇÕES DE SERVIÇO

c

DIAGNÓSTICO DE DEFEITOS

• Conduzir o veículo com aros ou raios danificados compromete a segurança do piloto.
• Ao realizar um serviço de manutenção na roda dianteira, apóie a motocicleta firmemente com um macaco ou com outro suporte colocado sob o motor.
• Consulte o capítulo 17 a respeito do sistema de freios.
18-1

Direção pesada

• Porca de ajuste do rolamento da coluna de direção muito apertada
• Rolamentos da coluna de direção defeituosos
• Rolamentos da coluna de direção danificados
• Pressão insuficiente do pneu
• Pneu defeituoso

Direção puxando para um lado ou desalinhada

• Regulagem incorreta dos amortecedores direito e esquerdo
• Garfo torto
• Eixo dianteiro empenado: roda instalada incorretamente
• Rolamentos da coluna de direção defeituosos
• Chassi empenado
• Rolamento da roda gasto
• Componentes da articulação do braço oscilante gastos

Oscilação da roda dianteira

• Aro torto
• Rolamentos da roda dianteira gastos
• Pneu defeituoso

Movimento pesado da roda

• Freio desregulado
• Rolamento da roda defeituoso
• Engrenagem do velocímetro defeituosa

Suspensão macia

• Molas do garfo fracas
Tipo telescópio:
• lnsuficiência de fluido nos amortecedores
• Pressão de ar nos amortecedores incorreta
• Sistema antimergulho defeituoso

Suspensão dura

• Componentes do garfo tortos
• Haste do amortecedor torta (tipo de haste inferior) Tipo telescópio:
• Excesso de fluido nos amortecedores
• Cilindro interno do garfo empenado
• Passagem do fluido obstruída
• Pressão de ar nos amortecedores excessiva

Ruídos na suspensão dianteira

• Cilindro externo ou buchas da guia gastos (tipo de haste inferior)
• lnsuficiência de fluido nos amortecedores
• Fixações dos amortecedores soltas
• lnsuficiência de graxa na caixa de engrenagens do velocí­metro
18
18-2

DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS

Os sistemas de suspensão dianteira de tipo telescópico e de haste de articulação são os tipos de suspensão mais utilizados em motocicletas e motonetas.
Os sistemas de suspensão dianteira telescópica são compostos de um par de cilindros internos e externos do garfo que se ar­ticulam telescopicamente. Dentro de um conjunto de cilindros de cada lado há uma mola e um sistema de amortecimento de óleo. Alguns sistemas utilizam um amortecedor de cartucho dentro dos cilindros externos dos amortecedores.
Basicamente, o óleo controla a tendência natural da mola a continuar seu movimento de repercussão com intensidades de­crescentes em ambos os sentidos depois de ser acionada pelas forças externas. Forçando o óleo a circular em cada amorte­cedor através de uma série de pequenos orifícios, separa de fato a combinação motociclista/motocicleta das características indesejáveis da mola e das variações de altura na superfície de trajeto.
A suspensão dianteira por haste de articulação liga o eixo ao garfo dianteiro por meio de uma haste de articulação que se es­tende desde as extremidades do eixo até a parte dianteira superior do garfo. Entre os pontos de articulação no garfo e no eixo existem olhais, aos quais as unidades de mola e amortecedor são fixadas. A extremidade superior de cada amortecedor é fi­xada no garfo nas proximidades do rolamento inferior da coluna de direção.
Esta suspensão está subdividida em duas categorias básicas: O modelo de articulação traseira e o de articulação dianteira. No modelo de articulação traseira, o eixo está apoiado pelas hastes de articulação e pelos amortecedores, que “seguem” des­de a extremidade dianteira da parte inferior do garfo. A suspensão do tipo articulação dianteira, dispõe de hastes de articula­ção voltadas para a frente e os amortecedores montados na parte dianteira do garfo.

FUNCIONAMENTO BÁSICO DO AMORTECEDOR

Princípios de funcionamento do amortecedor de fricção
A mais simples forma de amortecedor é o de fricção. Em vez de utilizar óleo para amortecer o movimento da mola e da suspen­são, o amortecedor do tipo de fricção usa somente um anel de pistão não metálico na parte superior da haste do amortecedor, que pressiona contra a parede do cilindro interno do amortece­dor untada com graxa. Este modelo é usado apenas nos veícu­los menores e mais simples.
SUSPENSÃO DIANTEIRA/SISTEMA DE DIREÇÃO
TELESCÓPICO TIPO ARTICULAÇÃO INFERIOR
ARTICULAÇÃO POSTERIOR O eixo está atrás da haste de articulação.
ANEL DO PISTÃO
PISTÃOGRAXA
HASTE DO AMORTECEDOR
ARTICULAÇÃO DIANTEIRA O eixo fica na frente da haste de articulação.
SUSPENSÃO DIANTEIRA/SISTEMA DE DIREÇÃO
18-3
Princípios de operação do amortecedor hidráulico
A função primária dos amortecedores da suspensão consiste em controlar a energia natural de expansão das molas de sus­pensão de tal maneira que se possa manter a propulsão e o conforto na condução.
O amortecedor hidráulico controla a ação da mola, forçando o óleo a fluir através de um conjunto específico de orifícios do pis­tão do amortecedor quando a combinação da mola/amortecedor exerce a força de compressão e extensão. A resistência ao mo­vimento do pistão do amortecedor, que é criada pelo óleo que circula dentro do amortecedor, controla a força da mola. Varian­do a passagem pela qual o óleo é forçado a compensar os cur­sos de compressão e de expansão, pode-se obter as taxas de amortecimento desejadas.
No curso de compressão, o óleo é forçado a passar através de vários orifícios de amortecimento de grande capacidade, de modo que a roda possa responder rapidamente às variações do terreno. Como a roda é livre para mover-se rapidamente, a altura média de percurso da máquina não será alterada.
No curso de expansão, a força das molas comprimidas é menor, forçando o óleo do amortecedor a passar por orifícios de amor­tecimento menores ou em menor número. As características pró­prias de amortecimento permitem que a suspensão se estenda rapidamente, suficiente para encontrar o próximo impacto, mas não tão rapidamente para balançar a motocicleta com esses golpes.
A ilustração ao lado mostra o curso de compressão dentro de um amortecedor de dupla parede. Quando o corpo do amorte­cedor é forçado a subir em direção da mola e do pistão do amortecedor, o óleo é forçado a passar através da válvula do pistão com pouca resistência. A resistência primária desta com­pressão é exercida pela mola do amortecedor. O óleo que pas­sa através do pistão flui apenas para o lado superior do pistão. Ao mesmo tempo, uma parte do óleo pode fluir também para fora da válvula inferior. A quantidade de óleo que flui para fora da válvula inferior do cilindro é equivalente à quantidade de óleo que passa para a parte de cima. A resistência combinada de óleo que flui por essas válvulas é o amortecimento da compres­são.
CURSO DE COMPRESSÃO
CURSO DE COMPRESSÃO
CILINDRO EXTERNO
CURSO DE EXPANSÃO
ORIFÍCIO DO ÓLEO
ÓLEO
HASTE
RETENTOR DE ÓLEO
VÁLVULA DO PISTÃO
PISTÃO
GUIA DE TRAVA
CILINDRO
A resistência resultante da passagem do óleo através do orifício reduz a força de compressão.
Quando a roda encontra um ressalto.
18-4
A ilustração ao lado mostra o curso de expansão. Uma vez que a roda ultrapassa um obstáculo, a mola força a haste do amor­tecedor a fazer o pistão voltar pelo amortecedor. Aqui, o óleo passa com pouca resistência para o cilindro, mas há uma resis­tência considerável causada pela válvula de amortecimento no pistão.
Garfo telescópico:
O garfo telescópico serve como estrutura do chassi do veículo, como meio de movimentar o veículo e como suspensão diantei­ra. Quando os cilindros do garfo se movimentam telescopica­mente no curso de compressão, o óleo da Câmara B flui através do orifício pelo tubo do garfo para a Câmara C, enquanto que o óleo da Câmara B empurra a válvula livre e sobe para a Câmara A. A resistência desse fluxo do óleo absorve o choque na com­pressão. Quando o garfo chega próximo à compressão total, o dispositivo cônico de vedação do óleo entra em ação para impedir hidrauli­camente que o garfo chegue até o final do curso.
No curso de expansão, o óleo da Câmara A passa através do orifício da parte superior do pistão do garfo para a Câmara C. Aqui, a resistência resultante serve como força de amortecimen­to e controla a tendência da mola a voltar rapidamente.
A mola do batente absorve o choque dos cilindros externos, di­latando-se para fora. Nesse momento, o óleo da Câmara C flui através do orifício da parte inferior do pistão para a Câmara B.
SUSPENSÃO DIANTEIRA/SISTEMA DE DIREÇÃO
A RODA ENCONTRA UM BURACO
A resistência resultante da passagem do óleo através do orifício cria uma força de amortecimento no curso de expansão
EXTENSÃO
TUBO INTERNO
PISTÃO DO GARFO
ANEL DO PISTÃO
RETENTOR DE ÓLEO
MOLA DO BATENTE
VÁLVULA LIVRE
VÁLVULA LIVRE
CÂMARA A
CÂMARA B
LIMITADOR DE EXPANSÃO
DISPOSITIVO DE VEDAÇÃO DO ÓLEO
CURSO DE COMPRESSÃO
CURSO DE EXPANSÃO
SUSPENSÃO DIANTEIRA/SISTEMA DE DIREÇÃO
18-5

GARFO DIANTEIRO

REMOÇÃO

Remova os seguintes itens:
• Guidão
• Roda dianteira
• Pára-lama dianteiro
• Cáliper do freio dianteiro e os suportes
• Braçadeira do garfo.
• Desaperte os parafusos de fixação dos amortecedores. Remova os amortecedores das mesas da coluna de direção, gi-
rando-as e puxando-as para baixo.
Pressione o núcleo da válvula de ar para liberar a pressão de ar do amortecedor.
NOTA
Se necessitar de desmontagem dos amortecedores:
• Desaperte os parafusos Allen da base do cilindro externo do garfo, mas sem desapertá-los totalmente (o óleo vazará).
Para desapertar os parafusos superiores dos amortecedores:
• Visto que a ação de fixação dos parafusos pode distorcer le­vemente os tubos internos do garfo, impedindo que os para­fusos superiores sejam desapertados, talvez seja melhor re­posicionar os amortecedores na mesa superior, de tal ma­neira que as extremidades fiquem 2 ou 3 polegadas acima da mesa superior, conforme mostra a primeira ilustração desta página, antes de desapertá-las.

DESMONTAGEM

Remova as seguintes peças:
• Protetor de pó (se estiver instalado)
• Parafuso superior do amortecedor (ver a nota acima)
• Assento da mola
• Bucha
• Mola do amortecedor Drene o óleo do amortecedor, bombeando-o várias vezes. Prenda o cilindro externo do garfo em uma morsa, protegendo-o
com um pano.
Remova o parafuso Allen com uma chave Allen.
NOTA
Remova o retentor de pó, a arruela e o anel elástico.
Instale provisoriamente a mola do amortecedor e o parafuso superior para soltar o parafuso Allen.
PARAFUSO DE FIXAÇÃO DA MESA INFERIOR
PARAFUSO DE FIXAÇÃO DA MESA SUPERIOR
PARAFUSO SUPERIOR
TUBO INTERNO
MOLA
ANEL
SUPORTE
PARAFUSO ALLEN
ALICATE DE ANEL ELÁSTICO
ANEL ELÁSTICO
RETENTOR
DE PÓ
CILINDRO EXTERNO DO GARFO
F. E.
18-6
Puxe o tubo interno para fora do cilindro externo do garfo. Se o amortecedor tiver uma bucha de guia, siga o procedimento
abaixo para retirar o tubo interno. Puxe o tubo interno para fora até sentir a resistência da bucha
do cilindro externo do garfo. Depois, mova para dentro e para fora, batendo levemente na bucha, até que o tubo interno se se­pare do cilindro externo. A bucha do cilindro externo do garfo será forçada a sair pela bucha do tubo interno.
Remova as seguintes peças:
• Retentor do óleo
• Anel de suporte
• Bucha do tubo interno
• Bucha de guia, se houver
• Mola de batente, se for possível
NOTA
Não retire as buchas do tubo interno, a não ser que haja ne­cessidade de substituí-Ias por buchas novas.
NOTA
No tipo de garfo que não tem bucha de guia, o tubo interno deve sair do cilindro externo do garfo e o retentor de óleo pode permanecer no cilindro externo do garfo. Remova o re­tentor de óleo com cuidado para não danificar a superfície de deslizamento do cilindro externo.
Remova as seguintes peças:
• Vedador do óleo do cilindro externo do garfo.
• Anel de trava do pistão. Limpe todas as peças desmontadas.
SUSPENSÃO DIANTEIRA/SISTEMA DE DIREÇÃO
CILINDRO EXTERNO DO GARFO
TUBO INTERNO
ANEL DE SUPORTE
BUCHA DE GUIA
PANO
RETENTOR DE ÓLEO
RETENTOR DE ÓLEO
RETENTOR DE ÓLEO
ANEL DE TRAVA
CHAVE DE FENDA
BUCHA DO TUBO INTERNO
CILINDRO EXTERNO DO GARFO
SUSPENSÃO DIANTEIRA/SISTEMA DE DIREÇÃO
18-7

INSPEÇÃO

Meça o comprimento livre da mola do garfo, colocando a mola em uma superfície plana. Substitua a mola se estiver menor do que o limite de uso.
Instale o tubo interno sobre dois blocos em V e meça o empena­mento do tubo, girando-o com um relógio comparador montado no mesmo.
O empenamento real é de 1/2 da leitura total do relógio compa­rador. Troque o tubo se o empenamento exceder o limite de uso ou se houver arranhões ou riscos que permitam o vazamento de óleo através dos retentores.
NOTA
Não reutilize o tubo interno empenado.
Faça a inspeção visual do cilindro externo do garfo e das bu­chas. Substitua as buchas se houver arranhões ou riscos exces­sivos ou se o teflon estiver gasto de tal maneira que a superfície de cobre esteja aparecendo em mais de 3/4 da superfície total.
Verifique o anel de suporte e troque-o, se houver distorção nos pontos indicados na figura.
Verifique se há arranhões internos nos cilindros externos do gar­fo e entalhes que sejam visíveis tanto por dentro como por fora ou desgaste anormal. Substitua-os se for necessário.
COMPRIMENTO LIVRE
MOLA
RELÓGIO COMPARADOR
TUBO INTERNO
BUCHA DE GUIA
ANEL DE SUPORTE
CILINDRO EXTERNO DO GARFO
18-8
Verifique o pistão do amortecedor e outros componentes. Se houver danos, trincas, empenamento ou desgaste anormal, substitua-os.

MONTAGEM

Instale o pistão no tubo interno. Instale os seguintes componentes:
• Anel de trava no pistão.
• Mola do batente no pistão (se a mola do batente foi removida).
• Vedador de óleo.
Substitua o retentor do óleo por um novo sempre que necessitar sua remoção.
Instale o tubo interno no cilindro externo do garfo. Instale o anel de suporte e o novo retentor de óleo. Instale a bucha de guia (se a bucha foi removida).
NOTA
Coloque o cilindro externo do garfo em uma morsa com um pano, prendendo o suporte do cáliper do freio como mostra a ilustração ao lado. Tome cuidado para não danificar o cilindro externo fixando-o incorretamente na morsa.
Aplique um líquido selante nas roscas do parafuso Allen e insta­le-o no pistão. Aperte o parafuso com uma chave Allen de 6 mm.
NOTA
Instale provisoriamente a mola do amortecedor e o parafuso superior para que o pistão seja preso no lugar correto ao apertar o parafuso Allen.
• Verifique se há danos nas superfícies de deslizamento do tubo interno sempre que o retentor de óleo for substituído devido ao vazamento de óleo.
• Passe uma fita de vinil em redor da extremidade superior in­terna para evitar danos ao retentor de óleo durante a insta­lação do mesmo.
• Aplique óleo ATF às bordas do retentor de óleo.
• Instale o retentor de óleo com a face marcada voltada para cima.
SUSPENSÃO DIANTEIRA/SISTEMA DE DIREÇÃO
TUBO INTERNO
MOLA DE BATENTE
ANEL DE TRAVA
FITA DE VINIL
ANEL DE SUPORTE
PARAFUSO ALLEN
PISTÃO DO AMORTECEDOR
SUPORTE
MORSA
EXTREMIDADE SUPERIOR DO TUBO
BUCHA DE GUIA
PISTÃO DO AMORTECEDOR
PISTÃO DO AMORTECEDOR
RETENTOR DE ÓLEO (FACE MARCADA VOLTADA PARA CIMA)
VEDADOR DE ÓLEO
BUCHA DO TUBO
INTERNO
TRAVA
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